Catadores de material reciclável de duas cooperativas participaram de uma audiência pública realizada pela Prefeitura de Trindade, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), para avançar na negociação sobre a centralização dos trabalhos de reciclagem dentro do Aterro Sanitário Municipal.

São ações para a implantação do Programa de Reciclagem e Coleta Seletiva de Trindade. A expectativa é de a implantação seja oficializada até o final de agosto e a efetivação inicie já em setembro.

A previsão da prefeitura é de que, após uma terceira audiência, no dia 15 de agosto, já esteja tudo definido para que, ao invés de utilizarem áreas próprias ou improvisadas, os coletores sejam recebidos dentro do aterro e conquistem o direito de trabalhar com todo o lixo reciclável colhido pelo município e o doado por empresas que também fizerem a separação.

Um barracão será construído e esteiras serão instaladas, com um investimento aproximado de R$ 700 mil, segundo o titular da secretaria, Roberto Badur. “Nossa intenção é aumentar a vida útil do aterro, diminuindo o volume de resíduos não recicláveis”, afirma.

Ele destaca que foi feito investimento de mais de R$ 2 milhões em obras como trincheira e impermeabilização contra chorume no aterro, mas que sem uma racionalização dos resíduos, a vida útil do depósito diminui mesmo com essas melhorias.

Em Trindade, além da Cooperativa Santa Fé, com 25 catadores, e da Coopertrim, hoje com quatro (foi vítima de incêndio, em agosto passado, e 14 desistiram), existem cerca de 200 pessoas que trabalham sozinhas nas ruas, coletando e separando o lixo reaproveitável. Elas também poderão ser beneficiadas com a implantação do Programa de Reciclagem e Coleta Seletiva.

A estimativa da Semma é de que, atualmente, sejam reciclados em Trindade apenas 10 toneladas de resíduos ao mês, quando a meta com o programa é chegar a 500 toneladas ao mês.

A expectativa da presidente e da diretora da Coopertrim, respectivamente Marinalva Torres, 45 anos, e Sueli Alves, 55, é de que as companheiras que desistiram do trabalho de reciclagem após o trágico incêndio que destruiu máquinas e até um caminhão da cooperativa, agora voltem para engrossar o número de catadores que vão atuar no Aterro Sanitário.

“Lá teremos apoio, mais recursos e um fluxo bem maior de material para reciclar”, citaram, animadas. A prefeitura, segundo Badur, vai custear uniformes, equipamentos de proteção individual (EPIs), café da manhã e almoço aos recicladores que atuarem dentro do barracão no aterro.

A audiência contou com a presença de técnicos da Semma e da secretária de Planejamento Urbano, Habitação e Regularização Fundiária, Tayná Galindo.